Lembro que comecei este blog para escrever e não esquecer tudo que eu vivi. Mas, relendo algumas coisas que escrevi, percebi que eu sempre foquei no dificil. Eu só escrevo a melancolia. Agora eu quero tentar descrever o que me faz sentir as estrelas.
Estar aqui de novo é como entrar num quarto de memórias. Dois anos desde meu ultimo texto. Me perguntava se eu conseguia escrever de novo sem ser um desabafo na minha agenda de textos. Mas talvez escrever seja como andar de bicicleta. Nunca esquecemos.
Sabe. Eu consigo sentir e des-sentir muita coisa. Aqueles sentimentos que eu achei que não corriam por mim tornara-se meus mais recorrentes. Uma vida inteira para sentir me parece pouco agora.
Escrever como se ninguém estiver lendo. Escrever como se ninguém estiver lendo.
As palavras me formam e eu não consigo sair delas. Meus dias quase se transformam em capítulos de um livro que eu não sei o título ainda. Fico imaginando como tudo o que passo poderia entrar em páginas que me trariam o alívio do esclarecimento. Como se eu escrevesse tudo e conseguisse seguir em frente. Mas ao mesmo tempo eu quero escrever para registrar e lembrar. Não quero esquecer. Viver sem ter um título para o livro da minha vida me parece insano. Eu não sei para quem escrevo e nem qual o desfecho disso tudo.
Ninguém está na minha frente ouvindo tudo que tenho a dizer. Eu aprendi a me virar de dentro pra fora e ser a minha própria casa. e acho que aqui é um bom começo. Quem toca a minha pele se marca na minha história e eu não sei como colocar isso nas minhas páginas. Ás vezes eu compreendo que mais um capítulo vai se iniciar, para logo descobrir que era apenas um post-it. Uma nota de rodapé.
Tanta coisa para escrever que eu imagino se é possível escrever tudo que precisa ser escrito. Palvras e histórias querem ser mencionadas. Mas ao mesmo tempo eu quero mantê-las somente para mim. Um arsenal particular e nunca mencionado para pessoa alguma.
Nessas histórias particulares eu ainda sou um personagem perdido. Apareco aqui e ali. Minha função é narrar tudo e sentir o máximo possível. Se eu estou viva nas páginas, é para sentir tudo que eu consigo.
The road not taken me mantem acordada. Mas agora é hora de seguir. Eu quero seguir e sentir esse paixão que eu tenho por pequenos momentos e pequenos sorrisos. Caminharei no meu tempo.
Coisas de Praxe 